Nascimento: 20/04/1884, Engenho de Pau D'Arco, Cruz do Espírito Santo, Paraíba, Brasil।
Filiação: Alexandre Rodrigues dos Anjos e Córdula de Carvalho Rodrigues dos AnjosCasamento: Ester Fialho; filhos: Glória (1911) e Guilherme Augusto (1913)
Falecimento: 12/11/1914, 4:00 h,
"Vês?! Ninguém assistiu ao formidável/ Enterro de tua última quimera./ Somente a ingratidão - esta pantera -/ Foi tua companheira inseparável!" Morte dos sonhos, solidão e pessimismo são algumas das marcas da poesia de Augusto dos Anjos que - mesmo beirando o mau gosto muitas vezes - é um dos poetas mais originais da literatura brasileira. Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no engenho Pau d'Arco, Paraíba. De uma família de donos de engenhos, assistiu à decadência da antiga estrutura latifundiária, substituída pelas grandes usinas. Seu pai, bacharel, foi quem lhe ensinou as primeiras letras. Quando estava no curso secundário, Augusto começou a mostrar uma saúde delicada e um sistema nervoso abalado.Em 1903, iniciou os estudos na Faculdade de Direito do Recife onde teve contato com o trabalho "A Poesia Científica", do professor Martins Junior. Formado em 1907, preferiu não advogar e ensinar português. Casou-se, em 4 de julho de 1910, com Ester Fialho.No mesmo ano, em conseqüência de desentendimento com o governador, foi afastado do cargo de professor do Liceu Paraibano, onde havia estudado. Resolveu então se mudar para o Rio de Janeiro, onde exerceu durante algum tempo o magistério. Lecionou geografia na Escola Normal, depois Instituto de Educação, e no Ginásio Nacional, depois Colégio Pedro II, sem conseguir ser efetivado como professor. Em 1911, morreu prematuramente seu primeiro filho.Em fins de 1913 transferiu-se para Leopoldina, MG, por ter sido nomeado para o cargo de diretor de um grupo escolar. Morreu nessa cidade, vitimado pela pneumonia, com pouco mais de trinta anos. Ainda jovem, os sofrimentos físicos tinham-lhe dado um aspecto senil.Quase toda a sua obra poética está no seu único livro "Eu", publicado em 1912. Apesar de praticamente ignorado a princípio, pelo público e pela crítica, a partir de 1919 o livro foi constantemente reeditado como "Eu e outros poemas". Escrito em um momento de transição, pouco antes da virada modernista de 22, sua obra representa o sincretismo entre o parnasianismo e o simbolismo. No livro, Augusto dos Anjos faz da obsessão com o próprio "eu", o centro do seu pensamento. O egoísmo e angústia estão presentes ("Ai! Um urubu pousou na minha sorte"); assim como o ceticismo em relação ao amor ("Não sou capaz de amar mulher alguma, / Nem há mulher talvez capaz de amar-me").O poeta aspira à morte e à anulação de sua pessoa, reduzindo a vida a combinações de elementos químicos, físicos e biológicos ("Eu, filho do carbono e do amoníaco,"). Tal materialismo o tornava amargo e pessimista ("Tome, doutor, essa tesoura e corte/ Minha singularíssima pessoa"). Contrapõe-se a inapetência para o prazer e um desejo de conhecer outros mundos, onde a força dos instintos não cerceie os vôos da alma ("Quero, arrancado das prisões carnais,/ Viver na luz dos astros imortais").
REFERÊNCIA:
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u196.jhtm
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terça-feira, 18 de agosto de 2009
15. BIOGRAFIA DE PADRE ANTÔNIO VIEIRA – TEXTO Nº 9.
Padre e escritor luso-brasileiro Antônio Vieira.
06/02/1608 - Lisboa, Portugal
+ 18 /07 /1697 - Salvador (BA).
O padre Antonio Vieira era uma das vozes contra a escravidão indígena no Brasil – Colônia.
O padre Vieira foi um grande e produtivo escritor do barroco em língua portuguesa. Escreveu 200 sermões - entre os quais pode-se destacar o "Sermão da Sexagésima" -, cerca de 500 cartas e profecias que reuniu no livro "Chave dos Profetas", que nunca acabou. A família Vieira veio para o Brasil e fixou residência em Salvador, na Bahia, quando Antonio tinha seis anos. Seu pai era funcionário do império português. Aos 15 anos, ingressou na Companhia de Jesus.Formou-se noviço em 1626, e além de teologia estudou lógica, física, metafísica, matemática e economia. Lecionou humanidades e retórica em Olinda e em 1634 foi ordenado sacerdote, na Bahia. Aos 33 anos, voltou a Portugal com uma comissão de apoio ao novo rei Dom João IV. Nessa época Portugal passava pela guerra da Restauração da Coroa contra a Espanha. Existiam ainda conflitos contra a Holanda, França e Inglaterra.Em 1643, Vieria foi designado pelo rei Dom João IV, para negociar a reconquista das colônias. Suas propostas eram conciliar Portugal e Holanda, entregando a província de Pernambuco aos holandeses a título de indenização; reunir em Portugal os cristãos-novos, isto é, os judeus que estavam espalhados pela Europa, e protegê-los da inquisição. Em troca os judeus investiriam nos empreendimentos do Império Português. Consideradas absurdas, suas idéias foram rejeitadas e Vieira retornou ao Brasil estabelecendo-se ao norte do Maranhão. Os dois primeiros volumes dos "Sermões" foram publicados em Madri em 1644, mas a edição estava tão ruim que Vieira não a reconheceu como legítima. Em 1661, Padre Vieira foi obrigado a deixar o Maranhão, pressionado pelos senhores de escravos que não concordavam com suas posições contrárias à escravidão indígena. Voltou para Lisboa onde foi condenado pela inquisição em virtude de seus manuscritos "heréticos": "Quinto Império"; "História do Futuro" e "Chave dos Profetas". De 1665 a 1667 ficou preso em Coimbra.Em 1669 foi anistiado e seguiu para Roma onde ficou até 1676 sob a proteção da Rainha Cristina da Suécia. Dez anos depois foi publicado oficialmente o primeiro volume dos "Sermões", em Lisboa. Em 1681 voltou ao Brasil onde passou a dedicar-se à literatura. Padre Antonio Vieira morreu aos 89 anos, na Bahia.
REFERÊNCIA:
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u489.jhtm
+ 18 /07 /1697 - Salvador (BA).
O padre Antonio Vieira era uma das vozes contra a escravidão indígena no Brasil – Colônia.
O padre Vieira foi um grande e produtivo escritor do barroco em língua portuguesa. Escreveu 200 sermões - entre os quais pode-se destacar o "Sermão da Sexagésima" -, cerca de 500 cartas e profecias que reuniu no livro "Chave dos Profetas", que nunca acabou. A família Vieira veio para o Brasil e fixou residência em Salvador, na Bahia, quando Antonio tinha seis anos. Seu pai era funcionário do império português. Aos 15 anos, ingressou na Companhia de Jesus.Formou-se noviço em 1626, e além de teologia estudou lógica, física, metafísica, matemática e economia. Lecionou humanidades e retórica em Olinda e em 1634 foi ordenado sacerdote, na Bahia. Aos 33 anos, voltou a Portugal com uma comissão de apoio ao novo rei Dom João IV. Nessa época Portugal passava pela guerra da Restauração da Coroa contra a Espanha. Existiam ainda conflitos contra a Holanda, França e Inglaterra.Em 1643, Vieria foi designado pelo rei Dom João IV, para negociar a reconquista das colônias. Suas propostas eram conciliar Portugal e Holanda, entregando a província de Pernambuco aos holandeses a título de indenização; reunir em Portugal os cristãos-novos, isto é, os judeus que estavam espalhados pela Europa, e protegê-los da inquisição. Em troca os judeus investiriam nos empreendimentos do Império Português. Consideradas absurdas, suas idéias foram rejeitadas e Vieira retornou ao Brasil estabelecendo-se ao norte do Maranhão. Os dois primeiros volumes dos "Sermões" foram publicados em Madri em 1644, mas a edição estava tão ruim que Vieira não a reconheceu como legítima. Em 1661, Padre Vieira foi obrigado a deixar o Maranhão, pressionado pelos senhores de escravos que não concordavam com suas posições contrárias à escravidão indígena. Voltou para Lisboa onde foi condenado pela inquisição em virtude de seus manuscritos "heréticos": "Quinto Império"; "História do Futuro" e "Chave dos Profetas". De 1665 a 1667 ficou preso em Coimbra.Em 1669 foi anistiado e seguiu para Roma onde ficou até 1676 sob a proteção da Rainha Cristina da Suécia. Dez anos depois foi publicado oficialmente o primeiro volume dos "Sermões", em Lisboa. Em 1681 voltou ao Brasil onde passou a dedicar-se à literatura. Padre Antonio Vieira morreu aos 89 anos, na Bahia.
REFERÊNCIA:
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u489.jhtm
14. BIOGRAFIA DE LUÍS DE CAMÕES – TEXTO Nº 8.
Poeta português. As informações sobre a sua biografia são relativamente escassas e pouco seguras, apoiando-se num número limitado de documentos e breves referências dos seus contemporâneos. A própria data do seu nascimento, assim como o local, é incerta, tendo sido deduzida a partir de uma Carta de Perdão real de 1553. A sua família teria ascendência galega, embora se tenha fixado em Portugal séculos antes. Pensa-se que estudou em Coimbra, mas não se conserva qualquer registo seu nos arquivos universitários. Serviu como soldado em Ceuta, por volta de 1549-1551, aí perdendo um olho. Em 1552, de regresso a Lisboa, esteve preso durante oito meses por ter ferido, numa rixa, Gonçalo Borges, um funcionário da corte. Data do ano seguinte a referida Carta de Perdão, ligada a essa ocorrência. Nesse mesmo ano, seguiu para a Índia. Nos anos seguintes, serviu no Oriente, ora como soldado, ora como funcionário, pensando-se que esteve mesmo em território chinês, onde teria exercido o cargo de Provedor dos Defuntos e Ausentes, a partir de 1558. Em 1560 estava de novo em Goa, convivendo com algumas das figuras importantes do seu tempo (como o vice-rei D. Francisco Coutinho ou Garcia de Orta). Em 1569 iniciou o regresso a Lisboa. No ano seguinte, o historiador Diogo do Couto, amigo do poeta, encontrou-o em Moçambique, onde vivia na penúria. Juntamente com outros antigos companheiros, conseguiu o seu regresso a Portugal, onde desembarcou em 1570. Dois anos depois, D. Sebastião concedeu-lhe uma tença, recompensando os seus serviços no Oriente e o poema épico que entretanto publicara, Os Lusíadas. Camões morreu a 10 de Junho de 1580, ao que se diz, na miséria. No entanto, é difícil distinguir aquilo que é realidade, daquilo que é mito e lenda romântica, criados em torno da sua vida. Da obra de Camões foram publicados, em vida do poeta, três poemas líricos, uma ode ao Conde de Redondo, um soneto a D. Leonis Pereira, capitão de Malaca, e o poema épico Os Lusíadas. Foram ainda representadas as peças teatrais Comédia dos Anfitriões, Comédia de Filodemo e Comédia de El-Rei Seleuco. As duas primeiras peças foram publicadas em 1587 e a terceira, apenas em 1645, integrando o volume das Rimas de Luís de Camões, compilação de poesias líricas antes dispersas por cancioneiros, e cuja atribuição a Camões foi feita, em alguns casos, sem critérios rigorosos. Um volume que o poeta preparou, intitulado Parnaso, foi-lhe roubado. Na poesia lírica, constituída por redondilhas, sonetos, canções, odes, oitavas, tercetos, sextinas, elegias e éclogas, Camões conciliou a tradição renascentista (sob forte influência de Petrarca, no soneto) com alguns aspectos maneiristas. Noutras composições, aproveitou elementos da tradição lírica nacional, numa linha que vinha já dos trovadores e da poesia palaciana, como por exemplo nas redondilhas «Descalça vai para a fonte» (dedicadas a Lianor), «Perdigão perdeu a pena», ou «Aquela cativa» (que dedicou a uma sua escrava negra). É no tom pessoal que conferiu às tendências de inspiração italiana e na renovação da lírica mais tradicional que reside parte do seu génio. Na poesia lírica avultam os poemas de temática amorosa, em que se tem procurado solução para as muitas lacunas em relação à vida e personalidade do poeta. É o caso da sua relação amorosa com Dinamene, uma amada chinesa que surge em alguns dos seus poemas, nomeadamente no conhecido soneto «Alma minha gentil que te partiste», ou de outras composições, que ilustram a sua experiência de guerra e do Oriente, como a canção «Junto dum seco, duro, estéril monte». No tratamento dado ao tema do amor é possível encontrar, não apenas a adopção do conceito platónico do amor (herdado da tradição cristã e da tradição e influência petrarquista) com os seus princípios básicos de identificação do sujeito com o objecto de amor («Transforma-se o amador na cousa amada»), de anulação do desejo físico («Pede-me o desejo, Dama, que vos veja / Não entende o que pede; está enganado.») e da ausência como forma de apurar o amor, mas também o conflito com a vivência sensual desse mesmo amor. Assim, o amor surge, à maneira petrarquista, como fonte de contradições, tão bem expressas no justamente célebre soneto «Amor é fogo que arde sem se ver», entre a vida e a morte, a água e o fogo, a esperança e o desengano, inefável, mas, assim mesmo, fundamental à vida humana. A concepção da mulher, outro tema essencial da lírica camoniana, em íntima ligação com a temática amorosa e com o tratamento dado à natureza (que, classicamente vista como harmoniosa e amena, a ela se associa, como fonte de imagens e metáforas, como termo comparativo de superlativação da beleza da mulher, e, à maneira das cantigas de amigo, como cenário e/ou confidente do drama amoroso), oscila igualmente entre o pólo platónico (ideal de beleza física, espelho da beleza interior, manifestação no mundo sensível da Beleza do mundo inteligível), representado pelo modelo de Laura, que é predominante (vejam-se a propósito os sonetos «Ondados fios de ouro reluzente» e «Um mover d'olhos, brando e piedoso»), e o modelo renascentista de Vénus. Temas mais abstractos como o do desconcerto do mundo (expresso no soneto «Verdade, Amor, Razão, Merecimento» ou na esparsa «Os bons vi sempre passar/no mundo graves tormentos»), a passagem inexorável do tempo com todas as mudanças implicadas, sempre negativas do ponto de vista pessoal (como observa Camões no soneto «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades»), as considerações de ordem autobiográfica (como nos sonetos «Erros meus, má fortuna, amor ardente» ou «O dia em que eu nasci, moura e pereça», que transmitem a concepção desesperançada, pessimista, da vida própria), são outros temas dominantes da poesia lírica de Camões. No entanto, foi com Os Lusíadas que Camões, embora postumamente, alcançou a glória. Poema épico, seguindo os modelos clássicos e renascentistas, pretende fixar para a posteridade os grandes feitos dos portugueses no Oriente. Aproveitando a mitologia greco-romana, fundindo-a com elementos cristãos, o que, na época, e mesmo mais tarde, gerou alguma controvérsia, Camões relata a viagem de Vasco da Gama, tomando-a como pretexto para a narração da história de Portugal, intercalando episódios narrativos com outros de cariz mais lírico, como é o caso do da «Linda Inês». Os Lusíadas vieram a ser considerados o grande poema épico nacional. Toda a obra de Camões, de resto, influenciou a posterior literatura portuguesa, de forma particular durante o Romantismo, criando muitos mitos ligados à sua vida, mas também noutras épocas, inclusivamente a actual. No século XIX, alguns escritores e pensadores realistas colaboraram na preparação das comemorações do terceiro centenário da sua morte, pretendendo que a figura de Camões permitisse uma renovação política e espiritual de Portugal. Amplamente traduzido e admirado, é considerado por muitos a figura cimeira da língua e da literatura portuguesas. São suas a colectânea das Rimas (1595, obra lírica), o Auto dos Anfitriões, o Auto de Filodemo (1587), o Auto de El-Rei Seleuco (1645) e Os Lusíadas (1572)REFERÊNCIA:http://www.astormentas.com/din/biografia.asp?autor=Lu%EDs+de+Cam%F5es
13. BIOGRAFIA DE EUCLIDES DA CUNHA – TEXTO Nº 7.
QUANDO TUDO ACONTECEU...1866: A 20 de janeiro Euclides da Cunha nasce na Fazenda Saudade, em Santa Rita do Rio Negro (atual Euclidelândia ), município de Cantagalo, Rio de Janeiro, primeiro filho de Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha e Eudóxia Moreira da Cunha. - 1869: Falece-lhe a mãe, de tuberculose. Passa a residir, sucessivamente, em Teresópolis, São Fidélis e na cidade do Rio de Janeiro, na companhia de parentes. - 1883: Ingressa no Colégio Aquino, onde é aluno de Benjamin Constant, republicano histórico, importante influência em sua formação. - 1885: Cursa a Escola Politécnica do Rio. - 1886: Assenta praça na Escola Militar - que lhe dá soldo e quartel - visando à engenharia militar. Novamente aluno de Benjamin Constant. - 1888: Sai da forma e atira o sabre ao chão, diante de todos, após tentar, sem êxito, quebrá-lo, durante o desfile da tropa diante do ministro da Guerra do império, conselheiro Tomás Coelho, em visita à escola, cuja presença no estabelecimento militar, naquele momento, visava, precisamente, desmobilizar a participação dos cadetes em ato republicano, dando uma demonstração de apoio institucional da força militar ao império. Desligado por indisciplina, Euclides tem sua matrícula na Escola Militar cancelada em 11 de dezembro. Três dias depois, dá baixa do Exército. Muda-se para São Paulo, onde escreve, sob pseudónimo, veementes artigos de propaganda republicana para o jornal “A Província de São Paulo”. - 1889: Em seguida à proclamação da República, no dia 15 de novembro, Euclides participa das comemorações da noite de 16, em casa do então major Solon Ribeiro, o mesmo que entregara em mãos ao imperador deposto a intimação de abandonar imediatamente o Brasil. A 19 de novembro, Euclides é reintegrado ao exército, incluído entre os anistiados pelo novo governo e promovido, ainda neste ano, a alferes-aluno. - 1890: Passa à Escola Superior de Guerra. Promovido a segundo-tenente. Casa-se com Ana Solon Ribeiro, filha do major republicano. - 1892: Forma-se. Recebe a patente de primeiro-tenente. Coadjuvante de ensino na Escola Militar. - 1897: Em Março publica seu primeiro artigo, “A nossa Vendéia“, sobre a Campanha de Canudos, em “O Estado de São Paulo”. Segue para o campo de batalha nos sertões baianos como repórter do jornal e adido ao estado-maior do ministro da Guerra. Permanece quase até o final da campanha, regressando do sertão alquebrado e doente. Passa uma temporada na fazenda Trindade, em Belém do Descalvado, de propriedade do pai. Retifica e amplia o plano primitivo de “A nossa Vendéia”; o livro em progresso passa a intitular-se Os Sertões. - 1899: Euclides vai para São José do Rio Pardo, São Paulo, para reconstruir uma ponte metálica, derrubada por enchentes. - 1900: Conclui a escrita do livro. - 1901: É inaugurada a ponte de São José do Rio Pardo. - 1902: A 2 de dezembro, Os Sertões é lançado, com grande êxito de crítica e de vendas. -1903: Sai a 2.a edição. A 21 de setembro, Euclides é eleito para a Academia Brasileira de Letras. A 20 de novembro, toma posse no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. - 1904: É nomeado pelo Itamaraty chefe da Comissão de Reconhecimento do Alto Purus, na Amazônia, para onde parte no paquete Alagoas, a 13 de dezembro, lá chegando no dia 30. - 1906: Regressa ao Rio de Janeiro, vai trabalhar no Ministério das Relações Exteriores, como adido ao Gabinete do Barão do Rio Branco. Publica o Relatório sobre o Alto Purus e Contrastes e Confrontos. - 1907: Publica Perus versus Bolívia. - 1909: Nomeado professor de Lógica no Colégio Pedro II, tendo sido o segundo colocado em concurso. Morre a 15 de agosto, em confronto de honra com Dilermando de Assis, amante de sua mulher.“O papel de Euclides da Cunha na construção da memória da Guerra de Canudos é fundador. Seu livro, Os Sertões (1902 ), fez por uma insurreição popular o que nenhum outro foi capaz de fazer, no país: alçou a tragédia paradigmática, mediante o louvor à coragem do vencido.”Walnice Nogueira GalvãoCartas de Euclides no ano da guerra“A viagem de Euclides como repórter pelo sertão foi um ritual de iniciação à religiosidade sertaneja e à magia da natureza, em que tentou compreender aquilo que chamou de “feição primitiva e misteriosa “ da campanha.”Roberto VenturaO combate à república para salvar a alma“Em todos os sentidos, ”Os Sertões” é um livro não só singular, mas insólito. É como uma estátua da ilha de Páscoa na paisagem, nem sequer literária, brasileira. Está aquém e além da literatura.”Eduardo LourençoPrimeira leitura de “Os Sertões“ORIGENS DA FAMÍLIAManuel da Cunha, avô de Euclides, português, traficante de escravos, homem de posses, estabelece-se na província da Bahia nos começos do século XIX. Casa-se com uma sertaneja, Teresa Maria de Jesus, e têm um filho, Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha, pai do escritor, que vem a mudar-se para o Rio de Janeiro. Em sua geração, a família decai de sua condição de classe: guarda-livros, o pai de Euclides se insere na camada média da população. Por volta da metade do século XIX, o vale do rio Paraíba, na província fluminense, assiste à expansão das lavouras cafeeiras. Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha percorre, em função de seu ofício, as fazendas locais e assim conhece Eudóxia, filha de um pequeno proprietário de terras. Casam-se e, a 20 de janeiro de 1866, nasce o primeiro filho do casal, o futuro escritor Euclides da Cunha.OS ANOS DE FORMAÇÃOÓrfão precoce - a mãe falece de tuberculose quando Euclides conta apenas três anos - o menino é enviado a residir, primeiramente, com a família da tia materna, Rosinda Gouveia. Falecendo esta, também, em 1870, vai morar em São Fidélis, com a irmã, Adélia, na fazenda de outra tia, Laura.Inicia seus estudos no Colégio Caldeira, lá mesmo, em São Fidélis mas, pouco depois, é mandado à Bahia, para a casa dos avós paternos, continuando seus estudos no Colégio Bahia, do professor Carneiro Ribeiro.Sob os cuidados do tio paterno, Antônio Pimenta da Cunha, Euclides é posteriormente matriculado no Colégio Anglo-Americano, no Rio de Janeiro, frequentando, a seguir, os Colégios Vitório da Costa e Meneses Vieira. Transferindo-se em seguida para o Colégio Aquino, publica, no jornalzinho deste estabelecimento, “O Democrata”, seus primeiros artigos.Em março de 1885, aos 19 anos, presta exames e, aprovado, matricula-se na Politécnica. No ano seguinte assenta praça na Escola Militar da Praia Vermelha.Nestes derradeiros anos do império, no Brasil, o ideal republicano já está disseminado entre professores e alunos do estabelecimento. A 4 de novembro de 1888, um domingo, regressa, no navio Ville de Santos, o tribuno popular republicano Lopes Trovão. Manifestações são aguardadas, inclusive de cadetes da Praia Vermelha e, para desmobilizá-las, o comandante da Escola Militar comunica a visita do Ministro da Guerra ao estabelecimento, no mesmo horário. Revoltado, Euclides, diante de todos, sai de forma, durante a cerimônia de revista de tropa e tenta quebrar a lâmina de sua arma. Não o conseguindo, dirige palavras violentas de protesto e arremessa o sabre ao chão, diante do ministro da Guerra do império. Preso, o episódio ganha as manchetes da imprensa e os debates parlamentares. Submetido a conselho disciplinar, Euclides da Cunha faz profissão de fé republicana e é desligado do exército. Vai para São Paulo, onde colabora na imprensa, sob pseudônimo, com uma série de artigos republicanos.OS PRIMEIROS ANOS DE VIDA ADULTAEuclides é readmitido na Escola Militar. Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.Se as condições da família, após a morte da mãe, haviam carreado, desde cedo, um constante nomadismo ao menino Euclides, com mudanças de cidades, escolas e moradias, em diversas casas de parentes, pelo lado materno e paterno, sem pouso mais estável, ele vai ancorar-se, de certa forma, em meio a tais turbulências, na atração que, desde esta época, sente pela ciência. De temperamento arredio e um tanto quanto solitário, mas impetuoso, o futuro escritor vê transformado em feito heróico, uma vez proclamada a república, o seu gesto de rebeldia perante o ministro da guerra do império. Por ato do governo provisório, é reincluído na Escola Militar a 19 de novembro de 1889. Benjamin Constant, seu antigo professor, é agora o novo ministro da Guerra e o major Solon Ribeiro, seu futuro sogro, republicano histórico também, havia entregado em mãos ao imperador Pedro II a intimação para deixar imediatamente o Brasil, em seguida à proclamação da república.No governo seguinte, do marechal Floriano Peixoto, o futuro escritor tem a chance, oferecida pelo próprio presidente, de escolher a posição que bem quisesse no novo regime. Recusa, porém, a oportunidade ímpar, dizendo desejar apenas o que prevê a lei para engenheiros recém-formados, como ele: a prática, durante um ano, na Estrada de Ferro Central do Brasil. Euclides pede ao major Solon Ribeiro a mão de sua filha, Ana, ou Saninha, como a chamará. Necessitando tratamento de saúde, pede uma licença e parte, com a mulher, para a fazenda de café de seu pai, em Belém do Descalvado. De regresso ao Rio, é promovido, no início de 1893, a primeiro-tenente do exército.OS SERTÕES E A CAMPANHA DE CANUDOSNo sertão da Bahia, um movimento popular, de cunho religioso, desenvolve-se já faz alguns anos. Liderado por Antônio Conselheiro, tem no abandono histórico por parte dos governos e de suas políticas públicas, bem como na pobreza das populações interioranas brasileiras um de seus motores. Encarado pelos oligarcas locais e, logo, também pela opinião pública da capital federal, informada por jornais que se posicionaram contra os conselheiristas, como uma ameaça de restauração monárquica, com conexões para além do sertão baiano, o movimento de Canudos será combatido por 4 expedições militares.Em 1896 Euclides da Cunha abandona a carreira militar e vai para São Paulo. Em 1897, escreve artigos para “O Estado de São Paulo” sobre a luta nos sertões baianos: Canudos, então, é, para ele, “a nossa Vendéia “ um movimento semelhante ao dos camponeses franceses católicos monarquistas, um século antes, em reação à revolução de 1789. A direção do jornal paulistano envia Euclides, como correspondente de guerra, ao sertão baiano e, adido ao Estado-Maior do ministro da Guerra, marechal Machado Bittencourt, o jornalista viaja de São Paulo para o teatro das operações. Lá, ao contacto mesmo com a violência que arrasaria o arraial, Euclides toma distância da perspectiva da Rua do Ouvidor, no centro elegante do Rio de Janeiro, sobre o conflito.Sofrendo, como testemunha ocular, o impacto tremendo da carnificina, o caboclo republicano - que se definia como um misto de celta, de tapuia e grego - e futuro autor de Os Sertões regressa, doente e alquebrado, de Canudos, já com a ideia de escrever um livro vingador.Após uma temporada de poucos meses na fazenda paterna de Belém do Descalvado, que lhe serviu de transição entre a guerra no sertão profundo e a pax urbana, Euclides que, na Bahia, havia escrito seu Diário de uma expedição, traz, na bagagem interior, as leituras que fizera, em preparação intelectual para a escrita de Os Sertões. Será a elaboração deste livro lenta e descompassada: interrompe, várias vezes, a escrita, uma vez que é como engenheiro e chefe de família que ganha o pão de cada dia. ”Escrevo-o”, diz ele, “em quartos de hora, nos intervalos de minha engenharia fatigante e obscura “.As circunstâncias penosas fazem o escritor que nascia habituar-se, em sua vida, desde a infância, errante, a estudar em trens em movimento, a cavalo. Chefia operários por necessidade; é homem de letras por vocação. Chega a anotar, nos punhos da camisa, as palavras estranhas que ouve.Teodoro Sampaio, seu amigo, auxilia-o, provendo-o com informações de que necessita. Pesquisa, enquanto o engenheiro e escritor fiscaliza obras. Francisco Escobar também será outro amigo decisivo, com sua ajuda, na escrita de Os Sertões. Dezanove dias depois de inaugurada, ruiu uma ponte, em São José do Rio Pardo. Euclides é incumbido de reconstruí-la. Passa, então, seus dias às margens do rio, em seu escritório: um barracão coberto de zinco, à sombra de uma paineira. Dali, ele não apenas comandou o soerguimento da ponte caída, mas também escreveu um livro: ponte entre as duas margens de um Brasil, - a litorânea (cujas elites o desejavam moderno, embranquecido, ocidental e que, até então timbravam em desconhecer o seu outro) e a do interior (em que esta alteridade, indígena, sertaneja, negra, parda, considerada arcaica e fadada a desaparecer, sob a batuta do progresso, resistia, de pé, ao extermínio até à morte).O RECRUTA TRANSFORMADO EM TRIUNFADOREuclides lança OS SERTÕES. Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.Após uma tentativa mal sucedida de publicá-lo nas colunas de “O Estado de São Paulo”, Euclides consegue editar seu livro de estreia pela Livraria Laemmert, do Rio de Janeiro. Em 2 de dezembro de 1902, Os Sertões é lançado, tendo sido esta primeira edição paga pelo escritor, a um custo superior ao de seu salário mensal.Exausto das correções feitas de próprio punho nos exemplares da inteira tiragem da obra, extremamente ansioso e inseguro acerca da recepção ao livro, o autor viaja do Rio de Janeiro a Lorena, no interior paulista. Cartas o esperam, no regresso, uma das quais, do editor, comunica-lhe o surpreendente êxito das vendas. Ao abrir outra, com data de postagem anterior, Euclides depara com uma mensagem oposta, do mesmo remetente, dizendo-se arrependido de haver editado a obra, tal o fracasso e o encalhe dos exemplares. Dois meses depois, estava a primeira edição totalmente esgotada...Na esteira deste êxito não apenas editorial mas também de crítica, Euclides é eleito para a Academia Brasileira de Letras, fundada no ano do término da guerra de Canudos. É nomeado sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Não obstante todo o triunfo, o escritor está desempregado, indo, com a família, para o Guarujá. Para sobreviver, retoma a publicação de artigos em “O Estado de São Paulo”, a maioria dos quais será, depois, reunida em seu livro Contrastes e confrontos, publicado em 1907.OS ÚLTIMOS ANOS E A TRAGÉDIA DA PIEDADEEuclides na Amazônia. Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.Após o sertão, o interesse de Euclides se volta para a Amazônia. À época, ela constituía outro ponto de tensão, no Brasil, dado o conflito de fronteiras nos vizinhos Peru e Bolívia. Aproxima-se então o escritor do Barão do Rio Branco, ministro das Relações Exteriores, que o nomeia chefe de uma comissão brasileira, condição na qual viaja às remotas nascentes do rio Purus. Interessa-lhe olhar o Brasil sob a ótica do interior, oposta ao ponto de vista das elites urbanas, cujo projeto era o de implantar a modernidade no trópico, através do alargamento de avenidas, da construção de boulevards, que transformassem a capital federal numa Paris latino-americana, numa cidade de população branca, botando abaixo os cortiços populares e afastando, para os subúrbios, a população pobre, afro-descendente, negra e mestiça que, majoritariamente, os habitava.Em 1906, Euclides da Cunha entrega o relatório de sua missão ao ministro. Passa, a convite de Rio Branco, a trabalhar como adido ao ministério, no próprio gabinete do barão.No ano seguinte, é publicado Contrastes e confrontos, pela Livraria Chardron, do Porto, em Portugal. Sai também em livro sua coletânea de artigos, Peru versus Bolívia. Prefacia Inferno Verde, relato amazônico, de Alberto Rangel, publicado no ano seguinte. O médico escritor Afrânio Peixoto entrega ao autor de Os Sertões, em 1908, um caderno manuscrito, com os sermões de Antônio Conselheiro: pregações sobre os mandamentos, relatos da paixão de Cristo, discurso contra a República...Morrendo Machado de Assis, fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, o acadêmico Euclides é o sucessor à frente da instituição por breve período, até a posse de Rui Barbosa. A 19 de dezembro, inscreve-se em concurso público para a cadeira de Lógica, do Colégio Pedro II e, a 17 de maio do ano seguinte, com outros 15 concorrentes, sob o número de inscrição 13, que considera de mau augúrio, faz a prova escrita, com o tema “Verdade e Erro”. A 7 de junho, sai o resultado do concurso, com a classificação do filósofo Farias Brito em 1o lugar, seguindo-se a de Euclides. Graças, porém, à interferência de Rio Branco e do escritor Coelho Neto junto a Nilo Peçanha, então presidente da república, é o escritor Euclides quem recebe a cadeira - e não o filósofo vitorioso no concurso - passando a lecionar no estabelecimento federal.Entrega, em julho, as provas de À Margem da história, aos editores Lello & Irmãos. O livro será póstumo, publicado em setembro.A 15 de agosto de 1909, um domingo chuvoso, morre Euclides da Cunha, em consequência de uma troca de tiros com o cadete Dilermando de Assis, então amante de sua esposa, na casa deste, onde o casal se abrigava, na Estrada Real de Santa Cruz, hoje Avenida Suburbana, no bairro carioca da Piedade. Velado na Academia Brasileira de Letras, é o corpo do escritor enterrado, a 16 de agosto, no Cemitério de São João Batista, em Botafogo, Rio de Janeiro: em 15 de agosto de 1982 é transladado, juntamente com os restos mortais de seu filho Quidinho (Euclides da Cunha Filho), também alvejado por Dilermando de Assis, ao tentar vingar, anos depois, a morte do pai, para um mausoléu em São José do Rio Pardo, à beira do rio.A OBRA (TRECHOS)Euclides vive e escreve, escreve muito... Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.“Aquela campanha lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo.E tanto quanto o permitir a firmeza do nosso espírito façamos jus ao admirável conceito de Taine sobre o narrador sincero que encara a história como ela o merece:...” il s´irrite contre les démi-vérités que sont les démi-faussetés, contre les auteurs qui n´altèrent ni une date, ni une généalogie, mais dénaturent les sentiments et les moeurs, qui gardent le dessin des évenéments et en changent la couleur, qui copient les faits et défigurent l´âme: il veut sentir en barbare, parmi les barbares, et parmi les anciens, en ancien.” (Os Sertões, Nota Preliminar )Terra ignotaAbordando-o, compreende-se que até hoje escasseiem sobre tão grande trato de território, que quase abarcaria a Holanda ( 9o 11-10o 20´de lat. E 4o- 3o de long. O R.J.), notícias exatas ou pormenorizadas. As nossas melhores cartas, enfeixando informes escassos, lá têm um claro expressivo, um hiato, Terra ignota, em que se aventura o rabisco de um ri problemático ou idealização de uma corda de serras.”(Os Sertões - A Terra )O sertanejoO sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.A aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar-se de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre os estribos, descansando sobre a espenda da sela. Caminhando, mesmo a passo rápido, não traça trajetória retilínea e firme. Avança celeremente, num bambolear característico, de que parecem ser o traço geométrico os meandros das trilhas sertanejas. E se na marcha estaca pelo motivo mais vulgar, para enrolar um cigarro, bater o isqueiro, ou travar ligeira conversa com um amigo, cai logo - cai é o termo - de cócoras, atravessando largo tempo numa posição de equilíbrio instável, em que todo o seu corpo fica suspenso pelos dedos grandes dos pés, sentado sobre os calcanhares, com uma simplicidade a um tempo ridícula e adorável.”(Os Sertões – O Homem )Profecias“Ora, esta identidade avulta, mais frisante, quando se comparam com as do passado as concepções absurdas do esmaniado apóstolo sertanejo. Como os montanhistas, ele surgia no epílogo da Terra... O mesmo milenarismo extravagante, o mesmo pavor do Anti-Cristo despontando na derrocada universal da vida. O fim do mundo próximo...Que os fiéis abandonassem todos os haveres, tudo quanto os maculasse com um leve traço de vaidade. Todas as fortunas estavam a pique da catástrofe iminente e fora temeridade inútil conservá-las.Que abdicassem as venturas mais fugazes e fizessem da vida um purgatório duro; e não a manchassem nunca com o sacrilégio de um sorriso. O Juízo final aproximava-se, inflexível.Renunciavam-no anos sucessivos de desgraças :“... Em 1896 hade (sic) rebanhos mil correr da praia para o certão (sic ); então o certão (sic ) virará praia e a praia virará certão (sic).“Em 1897 haverá muito pasto e pouco rasto e um só rebanho e um só pastor.“Em 1898 haverá muitos chapéus e poucas cabeças.Em 1899 ficarão as águas em sangue e o planeta há de aparecer no nascente com o raio do sol que o ramo se confrontará na terra e a terra em algum lugar se confrontará no céu...“Hade (sic) chover uma grande chuva de estrelas e aí será o fim do mundo. Em 1900 se apagarão as luzes. Deus disse no Evangelho: eu tenho um rebanho que anda fora deste aprisco e é preciso que se reunam porque há um só pastor e um só rebanho!”(Os Sertões - O homem)“ Como quer que seja, para a Amazônia de agora devera restaurar-se integralmente, na definição da sua psicologia coletiva, o mesmo doloroso apotegma - ultra iquinotialem non peccavi - que Barleus engenhou para os desmandos da época colonial .Os mesmos amazonenses, espirituosamente, o perceberam. À entrada de Manaus existe a belíssima ilha de Marapatá - e essa ilha tem uma função alarmante. É o mais original dos lazaretos - um lazareto de almas! Ali, dizem, o recém-vindo deixa a consciência... Meça-se o alcance deste prodígio da fantasia popular. A ilha que existe fronteira à boca do Purus, perdeu o antigo nome geográfico e chama-se a “ilha da Consciência”; e o mesmo acontece a uma outra, semelhante, na foz do Juruá. É uma preocupação: o homem, ao penetrar as duas portas que levam ao paraíso diabólico dos seringais, abdica as melhores qualidades nativas e fulmina-se a si próprio a rir, com aquela ironia formidável”.(“Terra sem história “, À Margem da história)“A expansão imperialista das grandes potências é um fato de crescimento, o transbordar naturalíssimo de um excesso de vidas e de uma sobra de riquezas, em que a conquista dos povos se torna simples variante da conquista de mercados. As lutas armadas que daí resultam, perdido o encanto antigo, transformam-se, paradoxalmente, na feição ruidosa e acidental da energia pacífica e formidável das indústrias. Nada dos velhos atributos românticos do passado ou da preocupação retrógrada do heroísmo. As próprias vitórias perdem o significado antigo. São até dispensáveis.(...) Estão fora dos lanes o gênio dos generais felizes e do fortuito dos combates. Vagas humanas desencadeadas pelas forças acumuladas de longas culturas e do próprio gênio de raça, podem golpeá-las à vontade os adversários que as combatem e batem debatendo- se, e que se afogam. Não param. Não podem parar. Impele-as o fatalismo da própria força. Diante da fragilidade dos países fracos, ou das raças incompetentes, elas recordam, na história, aquele horror ao vácuo, com que os velhos naturalistas explicavam os movimentos irresistíveis da matéria.” ( Contrastes e confrontos)“Os antigos mapas sul-americanos têm às vezes a eloquência de seus próprios erros.Abraham Ortelius, Joan Martines, ou Thevet, sendo os mais falsos desenhadores do Novo Mundo, foram exatos cronistas de seus primeiros dias. A figura do continente deformado, quase retangular, com as suas cordilheiras de molde invariável, rios coleando nas mais regulares sinuosas e amplas terras uniformes, ermas de acidentes físicos, cheias de seres anormais e extravagantes - é, certo, incorretíssima. Mas tem rigorismos fotográficos no retratar uma época. Sem o quererem, os cartógrafos, tão absorvidos na pintura do novo typus orbis, desenhavam-lhe as sociedades nascentes; e os seus riscos incorretos, gizados à ventura, conforme lhos ditava a fantasia, tornaram-se linhas estranhamente descritivas. Num prodígio de síntese, valem livros.” (Peru versus Bolívia )Referência:
www.vidaslusofonas.pt/euclides_da_cunha.htm
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segunda-feira, 17 de agosto de 2009
12. BIOGRAFIA DE MANOEL BANDEIRA – TEXTO Nº 6.
Manuel Bandeira."...o sol tão claro lá fora,o sol tão claro, Esmeralda,e em minhalma — anoitecendo."Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no Recife no dia 19 de abril de 1886, na Rua da Ventura, atual Joaquim Nabuco, filho de Manuel Carneiro de Souza Bandeira e Francelina Ribeiro de Souza Bandeira. Em 1890 a família se transfere para o Rio de Janeiro e a seguir para Santos - SP e, novamente, para o Rio de Janeiro. Passa dois verões em Petrópolis.Em 1892 a família volta para Pernambuco. Manuel Bandeira freqüenta o colégio das irmãs Barros Barreto, na Rua da Soledade, e, como semi-interno, o de Virgínio Marques Carneiro Leão, na Rua da Matriz.A família mais uma vez se muda do Recife para o Rio de Janeiro, em 1896, onde reside na Travessa Piauí, na Rua Senador Furtado e depois em Laranjeiras. Bandeira cursa o Externato do Ginásio Nacional (atual Colégio Pedro II). Tem como professores Silva Ramos, Carlos França, José Veríssimo e João Ribeiro. Entre seus colegas estão Sousa da Silveira e Antenor Nascentes.Em 1903 a família se muda para São Paulo onde Bandeira se matricula na Escola Politécnica, pretendendo tornar-se arquiteto. Estuda também, à noite, desenho e pintura com o arquiteto Domenico Rossi no Liceu de Artes e Ofícios. Começa ainda a trabalhar nos escritórios da Estrada de Ferro Sorocabana, da qual seu pai era funcionário.No final do ano de 1904, o autor fica sabendo que está tuberculoso, abandona suas atividades e volta para o Rio de Janeiro. Em busca de melhores climas para sua saúde, passa temporadas em diversas cidades: Campanha, Teresópolis, Maranguape, Uruquê, Quixeramobim."... - O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino."Em 1910 entra em um concurso de poesia da Academia Brasileira de Letras, que não confere o prêmio. Lê Charles de Guérin e toma conhecimento das rimas toantes que empregaria em Carnaval.Sob a influência de Apollinaire, Charles Cros e Mac-Fionna Leod, escreve seus primeiros versos livres,em 1912.A fim de se tratar no Sanatório de Clavadel, na Suíça, embarca em junho de 1913 para a Europa. No mesmo navio viajam Mme. Blank e suas duas filhas. No sanatório conhece Paul Eugène Grindel, que mais tarde adotaria o pseudônimo de Paul Éluard, e Gala, que se casaria com Éluard e depois com Salvador Dali.Em virtude da eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, volta ao Brasil em outubro. Lê Goethe, Lenau e Heine (no sanatório reaprendera o alemão que havia estudado no ginásio). No Rio de Janeiro, reside na rua Nossa Senhora de Copacabana e na Rua Goulart.Em 1916 falece sua mãe, Francelina. No ano seguinte publica seu primeiro livro: A cinza das horas, numa edição de 200 exemplares custeada pelo autor. João Ribeiro escreve um artigo elogioso sobre o livro. Por causa de um hiato num verso do poeta mineiro Mário Mendes Campos, Manuel Bandeira desenvolve com o crítico Machado Sobrinho uma polêmica nas páginas do Correio de Minas, de Juiz de Fora.O autor perde a irmã, Maria Cândida de Souza Bandeira, que desde o início da doença do irmão, havia sido uma dedicada enfermeira, em 1918. No ano seguinte publica seu segundo livro, Carnaval, em edição custeada pelo autor. João Ribeiro elogia também este livro que desperta entusiasmo entre os paulistas iniciadores do modernismo.O pai de Bandeira, Manuel Carneiro, falece em 1920. O poeta se muda da Rua do Triunfo, em Paula Matos, para a Rua Curvelo, 53 (hoje Dias de Barros), tornando-se vizinho de Ribeiro Couto. Numa reunião na casa de Ronald de Carvalho, em Copacabana, no ano de 1921, conhece Mário de Andrade. Estavam presentes, entre outros, Oswald de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda e Osvaldo Orico.Inicia então, em 1922, a se corresponder com Mário de Andrade. Bandeira não participa da Semana de Arte Moderna, realizada em fevereiro em são Paulo, no Teatro Municipal. Na ocasião, porém, Ronald de Carvalho lê o poema "Os Sapos", de "Carnaval". Meses depois Bandeira vai a São Paulo e conhece Paulo Prado, Couto de Barros, Tácito de Almeida, Menotti del Picchia, Luís Aranha, Rubens Borba de Morais, Yan de Almeida Prado. No Rio de Janeiro, passa a conviver com Jaime Ovalle, Rodrigo Melo Franco de Andrade, Prudente de Morais, neto, Dante Milano. Colabora em Klaxon. Ainda nesse ano morre seu irmão, Antônio Ribeiro de Souza Bandeira.Em 1924 publica, às suas expensas, Poesias, que reúne A Cinza das Horas, Carnaval e um novo livro, O Ritmo Dissoluto. Colabora no "Mês Modernista", série de trabalhos de modernistas publicado pelo jornal A Noite, em 1925. Escreve crítica musical para a revista A Idéia Ilustrada. Escreve também sobre música para Ariel, de São Paulo.A serviço de uma empresa jornalística, em 1926 viaja para Pouso Alto, Minas Gerais, onde na casa de Ribeiro Couto conhece Carlos Drummond de Andrade. Viaja a Salvador, Recife, Paraíba (atual João Pessoa), Fortaleza, São Luís e Belém. No ano seguinte continua viajando: vai a Belo Horizonte, passando pelas cidades históricas de Minas Gerais, e a São Paulo. Viaja a Recife, como fiscal de bancas examinadoras de preparatórios. Inicia uma colaboração semanal de crônicas no Diário Nacional, de São Paulo, e em A Província, de Recife, dirigido por Gilberto Freyre. Colabora na Revista de Antropofagia.1930 marca a publicação de Libertinagem, em edição como sempre custeada pelo autor. Muda-se, em 1933, da Rua do Curvelo para a Rua Morais e Vale, na Lapa. É nomeado, no ano de 1935, pelo Ministro Gustavo Capanema, inspetor de ensino secundário.Grandes comemorações marcam os cinqüenta anos do poeta, em 1936, entre as quais a publicação de Homenagem a Manuel Bandeira, livro com poemas, estudos críticos e comentários, de autoria dos principais escritores brasileiros. Publica Estrela da Manhã (com papel presenteado por Luís Camilo de Oliveira Neto e contribuição de subscritores) e Crônicas da Província do Brasil.Recebe o prêmio da Sociedade Filipe de Oliveira por conjunto de obra, em 1937, e publica Poesias Escolhidas e Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Romântica.No ano seguinte é nomeado professor de literatura do Colégio Pedro II e membro do Conselho Consultivo do Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Publica Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Parnasiana e Guia de Ouro Preto.Em 1940 é eleito para a Academia Brasileira de Letras, na vaga de Luís Guimarães Filho. Toma posse em 30 de novembro, sendo saudado por Ribeiro Couto. Publica Poesias Completas, com a inclusão da Lira dos Cinqüent'Anos (também esta edição foi custeada pelo autor). Publica ainda Noções de História das Literaturas e, em separata da Revista do Brasil, A Autoria das Cartas Chilenas.Começa a fazer crítica de artes plásticas em A Manhã, em 1941, no Rio de Janeiro. No ano seguinte é nomeado membro da Sociedade Filipe de Oliveira. Muda-se para o Edifício Maximus, na Praia do Flamengo. Organiza a edição dos Sonetos Completos e Poemas Escolhidos de Antero de Quental.Nomeado professor de literatura hispano-americana da Faculdade Nacional de Filosofia, em 1943, deixa o Colégio Pedro II. Muda-se, em 1944, para o Edifício São Miguel, na Avenida Beira-Mar, apartamento 409. Publica Obras Poéticas de Gonçalves Dias, edição crítica e comentada. No ano seguinte publica Poemas Traduzidos, com ilustrações de Guignard.Recebe o prêmio de poesia do IBEC por conjunto de obra, em 1946. Publica Apresentação da Poesia Brasileira e Antologia dos Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos.Em 1948 são reeditados três de seus livros: Poesias Completas, com acréscimo de Belo Belo; Poesias Escolhidas e Poemas Traduzidos. Publica Mafuá do Malungo (impresso em Barcelona por João Cabral de Melo Neto) e organiza uma edição crítica das Rimas de João Albano. No ano seguinte publica Literatura Hispano-Americana e traduz O Auto Sacramental do Divino Narciso de Sóror Juana Inés de la Cruz.A pedido de amigos, apenas para compor a chapa, candidata-se a deputado pelo Partido Socialista Brasileiro, em 1950, sabendo que não tem quaisquer chances de eleger-se. No ano seguinte publica Opus 10 e a biografia de Gonçalves Dias. É operado de cálculos no ureter. Muda-se, em 1953, para o apartamento 806 do mesmo edifício da Avenida Beira-Mar.No ano de 1954 publica Itinerário de Pasárgada e De Poetas e de Poesia. Faz conferência no Teatro Municipal do Rio de Janeiro sobre Mário de Andrade. Publica 50 Poemas Escolhidos pelo Autor, em 1955. Traduz Maria Stuart, de Schiler, encenado no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em junho, inicia colaboração como cronista no Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, e na Folha da Manhã, de São Paulo. Faz conferência sobre Francisco Mignone no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.Traduz Macbeth, de Shakespeare, e La Machine Infernale, de Jean Cocteau, em 1956. É aposentado compulsoriamente, por motivos da idade, como professor de literatura hispano-americana da Faculdade Nacional de Filosofia.Traduz as peças Juno and the Paycock, de Sean O'Casey, e The Rainmaker, de N. Richard Nash, em 1957. Nesse ano, publica Flauta de Papel. Em julho visita para a Europa, visitando Londres, Paris, e algumas cidades da Holanda. Retorna ao Brasil em novembro. Escreve, até 1961, crônicas bissemanais para o Jornal do Brasil e a Folha de São Paulo.Em 1958, publica Gonçalves Dias, na coleção "Nossos Clássicos" da Editora Agir. Traduz a peça Colóquio-Sinfonieta, de Jean Tardieu. Publicada pela Aguilar, sai em dois volumes sua obra completa -- Poesia e Prosa.No ano seguinte traduz The Matchmaker (A Casamenteira), de Thorton Wilder. A Sociedade dos Cem Bibliófilos publica Pasárgada, volume de poemas escolhidos, com ilustrações de Aldemir Martins.Em 1960 traduz o drama D. Juan Tenório, de Zorrilla. Pela Editora Dinamene, da Bahia, saem em edição artesanal Estrela da Tarde e uma seleção de poemas de amor intitulada Alumbramentos. Sai na França, pela Pierre Seghers, Poèmes, antologia de poemas de Manuel Bandeira em tradução de Luís Aníbal Falcão, F. H. Blank-Simon e do próprio autor.No ano seguinte traduz Mireille, de Fréderic Mistral. Começa a escrever crônicas semanais para o programa "Quadrante" da Rádio Ministério da Educação. Em 1962 traduz o poema Prometeu e Epimeteu de Carl Spitteler.Escreve para a Editora El Ateneo, em 1963, biografias de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Castro Alves. A Editora das Américas edita Poesia e Vida de Gonçalves Dias. Traduz a peça Der Kaukasische Kreide Kreis, de Bertold Brecht. Escreve crônicas para o programa "Vozes da Cidade" da Rádio Roquette-Pinto, algumas das quais lidas por ele próprio, com o título "Grandes Poetas do Brasil".Traduz as peças O Advogado do Diabo, de Morris West, e Pena Ela Ser o Que É, de John Ford. Sai nos EUA, pela Charles Frank Publications, A Brief History of Brazilian Literature (tradução, introdução e notas de R. E. Dimmick), em 1964.No ano de 1965 traduz as peças Os Verdes Campos do Eden, de Antonio Gala. A Fogueira Feliz, de J. N.Descalzo, e Edith Stein na Câmara de Gás de Frei Gabriel Cacho. Sai na França, pela Pierre Seghers, na coleção "Poètes d'Aujourd'hui", o volume Manuel Bandeira, com estudo, seleção de textos, tradução e bibliografia por Michel Simon.Comemora 80 anos, em 1966, recebendo muitas homenagens. A Editora José Olympio realiza em sua sede uma festa de que participam mais de mil pessoas e lança os volumes Estrela da Vida Inteira (poesias completas e traduções de poesia) e Andorinha Andorinha (seleção de textos em prosa, organizada por Carlos Drummond de Andrade). Compra uma casa em Teresópolis, a única de sua propriedade ao longo de toda sua vida.Com problemas de saúde, Manuel Bandeira deixa seu apartamento da Avenida Beira-Mar e se transfere para o apartamento da Rua Aires Saldanha, em Copacabana, de Maria de Lourdes Heitor de Souza, sua companheira dos últimos anos.No dia 13 de outubro de 1968, às 12 horas e 50 minutos, morre o poeta Manuel Bandeira, no Hospital Samaritano, em Botafogo, sendo sepultado no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista.Bibliografia:Poesia:- A Cinza das Horas - Jornal do Comércio - Rio de Janeiro, 1917 (Edição do Autor)- Carnaval - Rio de janeiro,1919 (Edição do Autor)- Poesias (acrescida de O Ritmo Dissoluto) - Rio de Janeiro, 1924- Libertinagem - Rio de Janeiro, 1930 (Edição do Autor)- Estrela da Manhã - Rio de Janeiro, 1936 (Edição do Autor)- Poesias Escolhidas - Rio de Janeiro, 1937- Poesias Completas acrescida de Lira dos cinqüent'anos) - Rio de Janeiro, 1940 (Edição do Autor)- Poemas Traduzidos - Rio de Janeiro, 1945- Mafuá do Malungo - Barcelona, 1948 (Editor João Cabral de Melo Neto)- Poesias Completas (com Belo Belo) - Rio de Janeiro, 1948- Opus 10 - Niterói - 1952- 50 Poemas Escolhidos pelo Autor - Rio de Janeiro, 1955- Poesias completas (acrescidas de Opus 10) - Rio de Janeiro, 1955- Poesia e prosa completa (acrescida de Estrela da Tarde), Rio de Janeiro, 1958- Alumbramentos - Rio de Janeiro, 1960- Estrela da Tarde - Rio de Janeiro, 1960- Estrela a vida inteira, Rio de Janeiro, 1966 (edição em homenagem aos 80 anos do poeta).- Manuel Bandeira - 50 poemas escolhidos pelo autor - Rio de Janeiro, 2006.Prosa:- Crônicas da Província do Brasil - Rio de Janeiro, 1936- Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro, 1938- Noções de História das Literaturas - Rio de Janeiro, 1940- Autoria das Cartas Chilenas - Rio de Janeiro, 1940- Apresentação da Poesia Brasileira - Rio de Janeiro, 1946- Literatura Hispano-Americana - Rio de Janeiro, 1949- Gonçalves Dias, Biografia - Rio de Janeiro, 1952- Itinerário de Pasárgada - Jornal de Letras, Rio de Janeiro, 1954- De Poetas e de Poesia - Rio de Janeiro, 1954- A Flauta de Papel - Rio de Janeiro, 1957- Itinerário de Pasárgada - Livraria São José - Rio de Janeiro, 1957- Prosa - Rio de Janeiro, 1958- Andorinha, Andorinha - José Olympio - Rio de Janeiro, 1966- Itinerário de Pasárgada - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1966 - Colóquio Unilateralmente Sentimental - Editora Record - RJ, 1968- Seleta de Prosa - Nova Fronteira - RJ- Berimbau e Outros Poemas - Nova Fronteira - RJAntologias:- Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Romântica, N. Fronteira, RJ- Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Parnasiana - N. Fronteira, RJ- Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Moderna - Vol. 1, N. Fronteira, RJ- Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Moderna - Vol. 2, N. Fronteira, RJ- Antologia dos Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos, N. Fronteira, RJ- Antologia dos Poetas Brasileiros - Poesia Simbolista, N. Fronteira, RJ- Antologia Poética - Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1961- Poesia do Brasil - Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1963- Os Reis Vagabundos e mais 50 crônicas - Editora do Autor, RJ, 1966- Manuel Bandeira - Poesia Completa e Prosa, Ed. Nova Aguilar, RJ- Antologia Poética (nova edição), Editora N. Fronteira, 2001Em conjunto:- Quadrante 1 - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1962 (com Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Dinah Silveira de Queiroz, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga)- Quadrante 2 - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1963 (com Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Dinah Silveira de Queiroz, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga)- Quatro Vozes - Editora Record - Rio de Janeiro, 1998 (com Carlos Drummond de Andrade, Rachel de Queiroz e Cecília Meireles)- Elenco de Cronistas Modernos - Ed. José Olympio - RJ (com Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga- O Melhor da Poesia Brasileira 1 - Ed. José Olympio - Rio de Janeiro (com Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto)- Os Melhores Poemas de Manuel Bandeira (seleção de Francisco de A. Barbosa) - Editora Global - Rio de Janeiro)Seleção e Organização:- Sonetos Completos e Poemas Escolhidos de Antero de Quental- Obras Poéticas de Gonçalves Dias, 1944- Rimas de José Albano, 1948- Cartas a Manuel Bandeira, de Mário de Andrade, 1958Multimídia:- CD "Manuel Bandeira: O Poeta de Botafogo" - Gravações inéditas feitas pelo poeta e por Lauro Moreira, tendo como fundo musical peças de Camargo Guarnieri interpretadas pelo pianista Belkiss Carneiro Mendonça, 2005.Sobre o Autor:- Homenagem a Manuel Bandeira, 1936- Homenagem a Manuel Bandeira (edição fac-similar), 1986- Bandeira a Vida Inteira - Edições Alumbramento, Rio de Janeiro, 1986 (com um disco contendo poemas lidos pelo autor).Dados obtidos em livros de Manuel Bandeira, e nas publicações "Homenagem a Manuel Bandeira" e "Bandeira a Vida Inteira", na Academia Brasileira de Letras e sites da Internet.REFERÊNCIA:
http://www.releituras.com/mbandeira_bio.asp
http://www.releituras.com/mbandeira_bio.asp
11. BIOGRAFIA DE RUY BARBOSA - TEXTO Nº 5.
Machado de Assis।(...) Assim são as páginas da vida, como dizia meu filho quando fazia versos, e acrescentava que as páginas vão passando umas sobre as outras, esquecidas apenas lidas."Suje-se Gordo!"Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando. Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais. Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo. Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre. Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor.Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se à sociedade lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Lá constrói o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias.Começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil. Em 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passa a fazer parte da redação do jornal Diário do Rio de Janeiro. Além desse, escrevia também para a revista O Espelho (como crítico teatral, inicialmente), A Semana Ilustrada(onde, além do nome, usava o pseudônimo de Dr. Semana) e Jornal das Famílias. Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor. No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não rendia qualquer remuneração, mas o possibilitava a ter acesso livre aos teatros. Nessa época, passa a colaborar em O Futuro, órgão sob a direção do irmão de sua futura esposa, Faustino Xavier de Novais. Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas. Em 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial.Agosto de 1869 marca a data da morte de seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três meses depois, em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa.Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou. Seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872. Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida. No O Globo de então (1874), jornal de Quintino Bocaiúva, começa a publicar em folhetins o romance A mão e a luva. Escreveu crônicas, contos, poesias e romances para as revistas O Cruzeiro, A Estação e Revista Brasileira.Sua primeira peça teatral é encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II em junho de 1880, escrita especialmente para a comemoração do tricentenário de Camões, em festividades programadas pelo Real Gabinete Português de Leitura. Na Gazeta de Notícias, no período de 1881 a 1897, publica aquelas que foram consideradas suas melhores crônicas.Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Comércio Obras Públicas do poeta Pedro Luís Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete.Publica, nesse ano, um livro extremamente original , pouco convencional para o estilo da época: Memórias Póstumas de Brás Cubas -- que foi considerado, juntamente com O Mulato, de Aluísio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira. Extraordinário contista, publica Papéis Avulsos em 1882, Histórias sem data (1884), Vária Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1889), e Relíquias da casa velha (1906).Torna-se diretor da Diretoria do Comércio no Ministério em que servia, no ano de 1889.Grande amigo do escritor paraense José Veríssimo, que dirigia a Revista Brasileira, em sua redação promoviam reuniões os intelectuais que se identificaram com a idéia de Lúcio de Mendonça de criar uma Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princípio apoiou a idéia e compareceu às reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1908. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui Barbosa.É o fundador da cadeira nº. 23, e escolheu o nome de José de Alencar, seu grande amigo, para ser seu patrono.Por sua importância, a Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada de Casa de Machado de Assis.Dizem os críticos que Machado era "urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar. ... A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica. ... Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos."BIBLIOGRAFIA:ComédiaDesencantos, 1861.Tu, só tu, puro amor, 1881.PoesiaCrisálidas, 1864.Falenas, 1870.Americanas, 1875.Poesias completas, 1901.RomanceRessurreição, 1872.A mão e a luva, 1874.Helena, 1876.Iaiá Garcia, 1878.Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881.Quincas Borba, 1891.Dom Casmurro, 1899.Esaú Jacó, 1904.Memorial de Aires, 1908.Conto:Contos Fluminenses,1870.Histórias da meia-noite, 1873.Papéis avulsos, 1882.Histórias sem data, 1884.Várias histórias, 1896.Páginas recolhidas, 1899.Relíquias de casa velha, 1906.TeatroQueda que as mulheres têm para os tolos, 1861Desencantos, 1861Hoje avental, amanhã luva, 1861.O caminho da porta, 1862.O protocolo, 1862.Quase ministro, 1863.Os deuses de casaca, 1865.Tu, só tu, puro amor, 1881.Algumas obras póstumasCrítica, 1910.Teatro coligido, 1910.Outras relíquias, 1921.Correspondência, 1932.A semana, 1914/1937.Páginas escolhidas, 1921.Novas relíquias, 1932.Crônicas, 1937.Contos Fluminenses - 2º. volume, 1937.Crítica literária, 1937.Crítica teatral, 1937.Histórias românticas, 1937.Páginas esquecidas, 1939.Casa velha, 1944.Diálogos e reflexões de um relojoeiro, 1956.Crônicas de Lélio, 1958.Conto de escola, 2002.AntologiasObras completas (31 volumes), 1936.Contos e crônicas, 1958.Contos esparsos, 1966.Contos: Uma Antologia (02 volumes), 1998Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as Edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes.Seus trabalhos são constantemente republicados, em diversos idiomas, tendo ocorrido a adaptação de alguns textos para o cinema e a televisão.
http://www.releituras.com/machadodeassis_bio.asp10. BIOGRAFIA DE RUY BARBOSA - TEXTO Nº 4.
Nome literário: BARBOSA, RUI। Nome completo: OLIVEIRA, RUI BARBOSA DENascimento: 5 de novembro de 1849, Salvador, BahiaFalecimento: 1923, em Petrópolis, Rio de JaneiroBIOGRAFIARui Barbosa de Oliveira, político e jurisconsulto, nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de novembro de 1849. Bacharelou-se em 1870 pela Faculdade de Direito de São Paulo. No início da carreira na Bahia, engajou-se numa campanha em defesa das eleições diretas e da abolição da escravatura. Foi político relevante na República Velha, ganhando projeção internacional durante a Conferência da Paz em Haia (1907), defendendo com brilho a teoria brasileira de igualdade entre as nações. Eleito deputado provincial, e adiante geral, atuou na elaboração da reforma eleitoral, na reforma do ensino, emancipação dos escravos, no apoio ao federalismo e na nova Constituição. Por divergências políticas, seu programa de reformas eleitorais que elaborou, mal pode ser iniciado, em 1891. Em 1916, designado pelo então presidente Venceslau Brás, representou o Brasil centenário de independência da Argentina, discursando na Faculdade de Direito de Buenos Aires sobre o conceito jurídico de neutralidade. O discurso causaria a ruptura definitiva da relações do Brasil com a Alemanha. Apesar disso, recusaria, três anos depois, o convite para chefiar a delegação brasileira à Conferência de Paz em Versalhes. Com seu enorme prestígio, Rui Barbosa candidatou-se duas vezes ao cargo de Presidente da República - nas eleições de 1910, contra Hermes da Fonseca e 1919, contra Epitácio Pessoa - entretanto, foi derrotado em ambas, sendo o período durante a primeira candidatura o marco inicial e sua Campanha Civilista. Como jornalista, escreveu para diversos jornais, principalmente para A Imprensa, Jornal do Brasil e o Diário de Notícias, jornal o qual presidia. Sua extensa bibliografia recolhida em mais de 100 volumes, reúne artigos, discursos, conferências EE. questões políticas de toda uma vida. Sócio fundador da Academia Brasileira de Letras, sucedeu a Machado de Assis na presidência da casa. Sua vasta biblioteca, com mais de 50.000 títulos pertence à Fundação Casa de Rui Barbosa, localizada em sua própria antiga residência no Rio de Janeiro. Rui Barbosa faleceu em Petrópolis, no Rio de Janeiro, em 1923.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)- Dilatai a fraternidade cristã, e chegareis das afeições individuais às solidariedades coletivas, da família à nação, da nação à humanidade. (Rui Barbosa – Coletânea Literária, 211).- Eu não troco a justiça pela soberba. Eu não deixo o direito pela força. Eu não esqueço a fraternidade pela tolerância. Eu não substituo a fé pela supertição, a realidade pelo ídolo. (Rui Barbosa – O Partido Republicanos Conservador, 61).- A esperança é o mais tenaz dos sentimentos humanos: o náufrago, o condenado, o moribundo aferram-se-lhe convulsivamente aos últimos rebentos ressequidos. (Rui Barbosa – A Ditadura de 1893, IV-207).-" Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado ! " (Rui Barbosa)- O homem, reconciliando-se com a fé, que se lhe esmorecia, sente-se ajoelhado ao céu no fundo misterioso de si mesmo. (Rui Barbosa – A Grande Guerra, 12).- O escritor curto em idéias e fatos será, naturalmente, um autor de idéias curtas, assim como de um sujeito de escasso miolo na cachola, de uma cabeça de coco velado, não se poderá esperar senão breves análises e chochas tolices. (Rui Barbosa – A Imprensa e o Dever da Verdade, 9).- Em cada processo, com o escritor, comparece a juízo a própria liberdade. (Rui Barbosa – A Imprensa, III, 111).- Se os fracos não tem a força das armas, que se armem com a força do seu direito, com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os sacrifícios necessários para que o mundo não lhes desconheça o caráter de entidades dignas de existência na comunhão internacional. (Rui Barbosa – A Revogação da Neutralidade Brasileira, 33).- A existência do elemento servil é a maior das abominações. (Rui Barbosa – Coletânea Literária, 28).- Toda a capacidade dos nossos estadistas se esvai na intriga, na astúcia, na cabala, na vingança, na inveja, na condescendência com o abuso, na salvação das aparências, no desleixo do futuro. (Rui Barbosa – Colunas de Fogo, 79).- Na paz ou na guerra, portanto, nada coloca o exército acima da nação, nada lhe confere o privilégio de governar. (Rui Barbosa – Contra o militarismo, 1.° série, 131)॥- O espírito da fidelidade e da honra vela constantemente, como a estrela da manhã da tarde, sobre essas regiões onde a força e o desinteresse, o patriotismo e a bravura, a tradição e a confiança assentaram o seu reservatório sagrado. (Rui Barbosa – Disc. E Conf., 226).- Um povo cuja fé se petrificou, é um povo cuja liberdade se perdeu. (Rui Barbosa – Disc. E Conf., 263).- A soberania da força não pode ter limites senão na força. (Rui Barbosa – Disc. E Conf., 377).- O exército não é um órgão da soberania, nem um poder. É o grande instrumento da lei e do governo na defesa nacional. (Rui Barbosa – Ditadura e República, 138).- Nenhum povo que se governe, toleraria a substituição da soberania nacional pela soberania da espada. (Rui Barbosa – Ditadura e República, 143).- Embora acabe eu, a minha fé não acabará; porque é a fé na verdade, que se libra acima dos interesses caducos, a fé invencível. (Rui Barbosa – Elogios e Orações, 161).- Os que ousam ser leais à sua fé, são cobertos até de ridículo. (Rui Barbosa – Novos Disc. E Conf., 194).- A espada não é a ordem, mas a opressão; não é a tranqüilidade, mas o terror, não é a disciplina, mas a anarquia não é a moralidade, mas a corrupção, não é a economia mas a bancarrota. (Rui Barbosa – Novos Discursos e Conferências, 317).- Outrora se amilhavam asnos, porcos e galinhas. Hoje em dia há galinheiros, pocilgas e estrebarias oficiais, onde se amilham escritores. (Rui Barbosa e dever da Verdade, 23).- A mesma natureza humana, propensa sempre a cativar os subservientes, nos ensina a defender-nos contra os ambiciosos.(Rui Barbosa - D. e conferências, 382)- A acusação é sempre um infortúnio enquanto não verificada pela prova.(Rui Barbosa - Novos discursos e confissões, 112)- Criaturas que nasceram para ser devoradas, não aprendem a deixar-se devorar.(Rui Barbosa - Elogios e orações, 262)- Não há outro meio de atalhar o arbítrio, senão dar contornos definidos e inequívocos à condição que o limita.(Rui Barbosa - Coletânea jurídica, 35)- Sem o senso moral, a audácia é a alavanca das grandes aventuras.(Rui Barbosa - Colunas de Fogo, 65)- Quanto maior o bem , maior o mal que da sua inversão procede.(Rui Barbosa - A Imprensa e o Dever Da Verdade)- É preciso ser forte e conseqüente no bem, para não o ver degenerar em males inesperados.(Rui Barbosa - Ditadura e República, 45)- Só o bem neste mundo é durável, e o bem, politicamente, é todo justiça e liberdade, formas soberanas da autoridade e do direito, da inteligência e do progresso.(Rui Barbosa - O Partido Republicano Conservador, 46)- A eleição indireta tem por base o pressuposto de que o povo é incapaz de escolher acertadamente os deputados.(Rui Barbosa - Discursos e Conferências)- No culto dos grandes homens não pode entrar a adulação.(Rui Barbosa - E. Eleitoral aos E. de Bahia e Minas, 120)- O ensino, como a justiça, como a administração, prospera e vive muito mais realmente da verdade e moralidade, com que se pratica, do que das grandes inovações e belas reformas que se lhe consagrem.(Rui Barbosa - Plataforma de 1910, 37).
9. BIOGRAFIA DE CASTRO ALVES - TEXTO Nª 3.
Antônio Frederico de Castro Alves nasceu na fazenda Cabaceiras, antiga freguesia de Muritiba, perto da vila de Curralinho, hoje cidade Castro Alves, no Estado da Bahia, a 14 de março de 1847 e morreu na cidade de Salvador, no dia 6 de julho de 1871. O mais brilhante dos poetas românticos brasileiros. Chamado cantor dos escravos pelos seus poemas de combate à escravidão negra no Brasil. Viveu os primeiros anos da juventude no interior do sertão. Era filho do médico Antônio José Alves, mais tarde professor na Faculdade de Medicina de Salvador, e de Clélia Brasília da Silva Castro, falecida quando o poeta tinha 12 anos. Por volta de 1853, ao mudar-se com a família para a capital, estudou no colégio de Abílio César Borges, futuro Barão de Macaúbas, onde foi colega de Rui Barbosa, demonstrando vocação apaixonada e precoce para poesia. Aos dezesseis anos foi para o Recife, estudar Direito. Começou desde logo a patentear uma notável vocação poética e a demonstrar dotes oratórios pouco comuns, que mais tarde fizeram dele um dos arautos do movimento abolicionista e da causa republicana. Escreveu poesia lírica, e também poesia de caráter social, em favor da abolição da escravatura. Participou ativamente da vida estudantil e literária. Tendo grande animação pelo teatro, em 1867, conheceu a atriz portuguesa Eugênia Câmara, dez anos mais velha do que ele, por quem se apaixonou, com ela seguindo para Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, e em sua homenagem escreveu o drama em prosa Gonzaga ou A Revolução de Minas, que ela representou. De passagem pelo Rio de Janeiro, conheceu Machado de Assis, que o introduziu nos meios literários. Em São Paulo cursa o 3º ano da Faculdade de Direito. Comçam então os primeiros desentendimentos amorosos do casal. Os amores pela atriz continuaram, mas não foram por ela correspondidos. Abraçando a caça nos bosques da Lapa, o poeta procurava esquecer os aborrecimentos, que lhe adivinham das desavenças com atriz. Em 1968, numa dessas caças feriu-se com um tiro de espingarda no pé direito. Foi conduzido para o Rio de Janeiro, teve o pé amputado. Daí passou a caminhar apoiado numa bengala, utilizando um pé de borracha. Como já a tuberculose o afligia, teve seus males agravados pelo acidente. Em 1870 dirigiu-se para a Bahia, onde publica Espumas Flutuantes. Falece em Salvador. Predominante poeta romântico, foi influenciado por Byron e Vitor Hugo. Pertenceu à Escola Condoreira. O inolvidável poeta, que foi um dos mais acerbos defensores da emancipação da escravatura no Brasil, é o patrono da cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras. Obras de Antônio Castro Alves (1847 - 1871): Espumas Flutuantes, Os Escravos, A Cachoeira de Paulo Afonso e o drama Gonzaga ou A Revolução de Minas, Vozes da África e Navio Negreiro são a sua expressão máxima e poesia. REFERÊNCIA:http://www.e-biografias.net/biografias/castro_alves.php
8. BIOGRAFIA DE CECÍLIA MEIRELES – TEXTO Nº 2.
Cecília Meireles।"...Liberdade, essa palavraque o sonho humano alimentaque não há ninguém que expliquee ninguém que não entenda..."(Romanceiro da Inconfidência)Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."Conclui seus primeiros estudos — curso primário — em 1910, na Escola Estácio de Sá, ocasião em que recebe de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor". Diplomando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.Dois anos depois, em 1919, publica seu primeiro livro de poesias, "Espectro". Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas", em 1923, e "Baladas para El-Rei, em 1925.Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, esta última artista teatral consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos.Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "O Espírito Vitorioso", uma apologia do Simbolismo.Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em 1940, com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.De 1930 a 1931, mantém no Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de educação.Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo.Profere, em Lisboa e Coimbra - Portugal, conferências sobre Literatura Brasileira.De 1935 a 1938, leciona Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ).Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações de sua autoria.Colabora ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras, ao seu livro Viagem, em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade de sua poesia.Publica, em 1939/1940, em Lisboa - Portugal, em capítulos, "Olhinhos de Gato" na revista "Ocidente".Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA).Em 1942, torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro (RJ).Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).Em 1952, torna-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho. Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.Torna-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953.Em Délhi, Índia, no ano de 1953, é agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi.Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1962.No ano seguinte, ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.Seu nome é dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, São Paulo (SP), em 1963.Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebe, ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Ainda em 1964, é inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso, Chile.Em 1965, é agraciada com o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra, concedido pela Academia Brasileira de Letras. O Governo do então Estado da Guanabara denomina Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo (SP), torna-se nome de rua no Jardim Japão.Em 1974, seu nome é dado a uma Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim Nove de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo (SP).Uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília Meireles, é lançada pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), em 1989.Em 1991, o nome da escritora é dado à Biblioteca Infanto-Juvenil no bairro Alto da Lapa, em São Paulo (SP).O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como "O Ano da Literatura Brasileira", em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins do Rego.Há uma rua com o seu nome em São Domingos de Benfica, uma freguesia da cidade de Lisboa. Na cidade de Ponta Delgada, capital do arquipélago dos Açores, há uma avenida com o nome da escritora, que era neta de açorianos.Traduziu peças teatrais de Federico Garcia Lorca, Rabindranath Tagore, Rainer Rilke e Virginia Wolf.Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner, foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai:"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea.Bibliografia:Tendo feito aos 9 anos sua primeira poesia, estreou em 1919 com o livro de poemas Espectros, escrito aos 16 e recebido com louvor por João Ribeiro.Publicou a seguir:Criança, meu amor, 1923Nunca mais... e Poemas dos Poemas, 1923Criança meu amor..., 1924Baladas para El-Rei, 1925O Espírito Vitorioso, 1929 (ensaio - Portugal)Saudação à menina de Portugal, 1930Batuque, Samba e Macumba, 1935 (ensaio - Portugal)A Festa das Letras, 1937Viagem, 1939Vaga Música, 1942Mar Absoluto, 1945Rute e Alberto, 1945Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1949 (biografia de Rui Barbosa para crianças)Retrato Natural, 1949Problemas de Literatura Infantil, 1950Amor em Leonoreta, 1952Doze Noturnos de Holanda & O Aeronauta, 1952Romanceiro da Inconfidência, 1953Batuque, 1953Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955Panorama Folclórico de Açores, 1955Canções, 1956Giroflê, Giroflá, 1956Romance de Santa Cecília, 1957A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957A Rosa, 1957Obra Poética,1958Metal Rosicler, 1960Poemas Escritos na Índia, 1961Poemas de Israel, 1963Antologia Poética, 1963Solombra, 1963Ou Isto ou Aquilo, 1964Escolha o Seu Sonho, 1964Crônica Trovada da Cidade de Sam Sebastiam no Quarto Centenário da sua Fundação Pelo Capitam-Mor Estácio de Saa, 1965O Menino Atrasado, 1966Poésie (versão para o francês de Gisele Slensinger Tydel), 1967Antologia Poética, 1968Poemas italianos, 1968Poesias (Ou isto ou aquilo & inéditos), 1969Flor de Poemas, 1972Poesias completas, 1973Elegias, 1974Flores e Canções, 1979Poesia Completa, 1994Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998Canção da Tarde no Campo, 2001Episódio humano, 2007Teatro:1947 - O jardim 1947 - Ás de ourosObservação: "O vestido de plumas"; "As sombras do Rio"; "Espelho da ilusão"; "A dama de Iguchi" (texto inspirado no teatro Nô, arte tipicamente japonesa), e "O jogo das sombras" constam como sendo da biografada, mas não são conhecidas.OUTROS MEIOS:1947 - Estréia "Auto do Menino Atrasado", direção de Olga Obry e Martim Gonçalves. música de Luis Cosme; marionetes, fantoches e sombras feitos pelos alunos do curso de teatro de bonecos.1956/1964 - Gravação de poemas por Margarida Lopes de Almeida, Jograis de São Paulo e pela autora (Rio de Janeiro - Brasil)1965 - Gravação de poemas pelo professor Cassiano Nunes (New York - USA).1972 - Lançamento do filme "Os inconfidentes", direção de Joaquim Pedro de Andrade, argumento baseado em trechos de "O Romanceiro da Inconfidência".Dados obtidos em livros da autora e sobre ela, e no site do Itaú Cultural.
http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp
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