REFERÊNCIA:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jequi%C3%A9
1. Jequié é um município brasileiro do estado da Bahia. Está a 365 km de Salvador, no sudoeste da Bahia, na zona limítrofe entre a caatinga e a zona da mata. Jequié é conhecida por seu clima quente. Cercada de montanhas, a cidade sofre com o calor durante quase todo o ano. Em dias de verão a temperatura pode chegar a 48°C.
Jequié é rica em minério de Ferro, por isso é muito quente durante o dia e fria durante a noite.
2. História.
2.1. Origens.
A cidade se desenvolveu a partir da movimentada feira que atraía comerciantes de todos os cantos da região, no final do século XIX. Pertencente ao município de Maracás de 1860 a 1897, Jequié abastecia as regiões Sudeste e Sudoeste da Bahia, assim como a bacia do Rio de Contas. Com sua crescente importância como centro de comércio, a cidade cresce então linearmente às margens do Rio de Contas onde que, na época, era mais volumoso e estreito, e cercado por uma extensa mata.
O município de Jequié é originado da sesmaria do capitão-mor João Gonçalves da Costa, que sediava a fazenda Borda da Mata. Esta mais tarde foi vendida a José de Sá Bittencourt, refugiado na Bahia após o fracasso da Inconfidência Mineira. Em 1789, com sua morte, a fazenda foi dividida entre os herdeiros em vários lotes. Um deles foi chamado Jequié e Barra de Jequié.
Pelo curso navegável do Rio de Contas, pequenas embarcações desciam transportando hortifrutigranjeiros e outros produtos de subsistência. No povoado, os mascates iam de porta em porta vendendo toalhas, rendas, tecidos e outros artigos trazidos de cidades maiores. Tropeiros chegavam igualmente a Jequié carregando seus produtos em lombo de burro. O principal ponto de revenda das mercadorias de canoeiros, mascates e tropeiros deu origem à atual Praça Luís Viana, que tem esse nome devido a uma homenagem ao governador da Bahia que emancipou a cidade.
Ali veio a desenvolver-se a primeira feira livre da cidade que, a partir de 1885, ganhou mais organização com a decisão dos comerciantes italianos: José Rotondano, José Niella e Carlos Marotta, de comprarem todo o excedente dos canoeiros e de outros produtores.
2.2. Emancipação política.
Em pouco tempo, Jequié tornou-se distrito de Maracás, e dele se desmembrou em 1897, tendo como primeiro intendente (prefeito) Urbano Gondim. A partir de 1910 é que se torna cidade e já se transforma em um dos maiores e mais ricos municípios baianos. O nome "Jequié" é uma palavra indígena para designar "onça", em alusão a grande quantidade desses animais na região. Outros historiadores já afirmam que o topônimo tem origem no "jequi", um objeto afunilado, muito utilizado pelos índios mongoiós para pescar no Rio de Contas.
2.3. Jequié: capital da Bahia.
Importante episódio da história estadual foi a decisão inusitada tomada pelo então Presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Aurélio Rodrigues Viana que, assumindo o governo em 1911, decretou a mudança da capital do estado, de Salvador para Jequié, ocasionando imediata reação do Governo Federal, que bombardeou Salvador e forçou a renúncia do infeliz político que adotara a medida. Jamais tendo se constituído de fato, o gesto entretanto marcou a História da Bahia, como um dos mais tristes, sobretudo por ter o bombardeio da capital e provocando o incêndio da biblioteca pública, onde estava guardada a maior parte dos documentos históricos de Salvador.
FORTE SÃO MARCELO, CONSTRUÍDO EM SALVADOR, SOBRE UMA ILHOTA, NA BAIA DE TODOS OS SANTOS - SALVADOR - BAHIA - BRASIL.
Entre o final de 1911 e o início de 1912, Jequié sediou o Governo da Bahia, em meio a uma situação delicada, pela qual o Estado enfrentava. O episódio mais marcante do ocorrido foi o bombardeio de Salvador. Entre os vários locais usados para bombardear, o Forte de São Marcelo teve papel preponderante.
PALÁCIO DO GOVERNADOR (EM SALVADOR - BA), TAMBÉM CONHECIDO COMO PALÁCIO TOMÉ DE SOUZA E PALÁCIO RIO BRANCO. AMBOS OS NOMES SÃO CONHECIDOS, PELO REFERENTE PALÁCIO, TER RECEBIDO ESTES NOMES, DURANTE OS CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA DE SALVADOR.
O antigo Palácio do Governo ficou praticamente em ruínas e teve de ser reconstruído. Ele abrigava uma biblioteca valiosíssima e de inigualável importância para a história da Bahia e do país. Infelizmente, grande parte do acervo, datado da época colonial e imperial, se perdeu. O "novo" Palácio (foto) ficou pronto 7 anos depois do ocorrido, em 1919.
A escolha de Jequié, por Viana, para ser a nova capital do Estado, foi por uma razão óbvia: o difícil acesso. Apesar da cidade ter ostentado um título tão honroso - o de capital, convém dizer que o município não era litorâneo, e assim dificultava muito a chegada de tropas na região. É também possível denunciar a falta de meios de comunicação imprescindíveis para a época, como o telégrafo. A situação de Jequié mudaria anos depois, dando lugar ao desenvolvimento econômico, mas pelas condições em que se encontrava em 1911, a cidade funcionou como uma espécia de "esconderijo" do Governo Estadual em relação ao Governo Federal, do qual fazia oposição. J. J. Seabra (foto) foi um dos políticos oposicionistas que foram contrários à permanência de Jequié como capital da Bahia, além de apoiar o bombardeio de Salvador, que julgava ser de caráter fundamental para livrar o Estado das mãos de Viana.
2.4. Destruição e recomeço.
Depois da terrível enchente de 1914, que destruiu quase tudo em Jequié, a feira, o comércio e a cidade passaram a desenvolver-se em direção às partes mais altas. Após a enchente, Jequié ficou conhecida como a "Chicago Baiana", pois essa cidade norte-americana também foi destruída, em 1871, e teve que recomeçar quase do zero. A diferença é que Jequié acabou em água e Chicago em fogo. Em 1919, o então intendente Antero Cícero dos Santos, inaugurou o cemitério municipal São João Batista, no atual bairro do Joaquim Romão.
2.5. Desenvolvimento urbano e crescimento econômico.
No dia 1º de setembro de 1923 foi instalada a agência do Banco do Brasil em Jequié. Primeiro funcionou no saudoso "Sobrado dos Grillos", depois foi para a Avenida Rio Branco, em seguida para a Praça Ruy Barbosa, e nos dias atuais funciona na Rua da Itália. A cidade foi a primeira da região sudoeste da Bahia a ter uma agência do Banco do Brasil.
Jequié foi emancipada durante o governo de Luís Viana (1896-1900).
Apesar das ações de desmatamento que acabaram por assorear o Rio de Contas, impossibilitando a navegação, a cidade seguiu firme em direção ao progresso e, em 1927, festejou a chegada da "Estrada de Ferro Nazareth". Nesse tempo, Jequié era a quarta cidade mais importante da Bahia e teve no comerciante Vicente Grillo o seu grande benemérito. Em 1930, com o advento da Revolução, o então intendente (prefeito) Geminiano Saback teve que deixar o cargo, interrompendo assim o seu projeto de pavimentar a cidade.
Durante a gestão do advogado Virgílio de Paula Tourinho (1934-1937), a cidade entrou em um rush de obras jamais visto. A feira foi deslocada da Praça Ruy Barbosa para a Praça da Bandeira, onde antes havia um mangueiro. As ruas do centro foram calçadas e a zona de meretrício foi deslocada do Beco do Cochicho (Rua Damião Vieira) para a antiga Ladeira do Maracujá, hoje parte da Rua Manuel Vitorino, que na época ficava fora do perímetro urbano.
Com a reforma ortográfica de 1943, um grupo de intelectuais propôs a mudança da grafia do nome da cidade para "Jiquié", ideia que não vingou. Em 1948, a retirada de uma gameleira centenária, situada na Praça Ruy Barbosa, causou grande comoção popular. No mesmo ano, artistas e intelectuais cantam e publicam poesias para homenagear a árvore desaparecida.
Durante as décadas de 40 e 50, foram aterradas as várias lagoas que existiam nas proximidades do centro. Segundo o discurso apresentado pelos políticos da época, elas atrapalhavam no crescimento da cidade. Foi um grave erro. Tal atitude, somada com a destruição da mata ciliar do Rio de Contas, contribuiu para aumentar o aquecimento climático de Jequié. Entre as muitas lagoas aterradas, podem ser citadas a Lagoa do Maringá (atualmente um largo), a Lagoa da "Manga do Costa" (hoje Centro de Abastecimento Vicente Grillo), e a Lagoa que se localizava ao fundo do Jequié Tênis Clube. Nesta última, em fins dos anos 30, havia prática de esportes como remo, natação e outras recreações.
Em 1954, o então prefeito Lomanto Júnior inaugurou, na Praça da Bandeira, o Mercado Municipal de Jequié, um dos melhores do interior do estado.
2.6. Período histórico recente.
Nos anos 1960, cresceu no bairro do Jequiezinho um forte movimento para a emancipação política. Os moradores alegaram que o bairro tinha uma posição geográfica isolada do restante da cidade, visto que é separado do centro pelo Rio Jequiezinho e do bairro do Mandacaru pelo de Contas. Somando a esse fator, nas proximidades do Jequiezinho existia o cultivo de cacau. Emancipado, o "novo" município englobaria muitas terras cacaueiras.
Cacau, grande riqueza jequieense na primeira metade do século XX.
Cacau, grande riqueza jequieense na primeira metade do século XX.
Para inibir a ideia de emancipação, o prefeito Waldomiro Borges construiu no bairro uma nova prefeitura para Jequié, no ano de 1971. Durante a década de 70, a cidade passou por uma grave crise econômica, em decorrência das emancipações de Aiquara, Itagi e Jitaúna. O interesse de emancipação desses distritos, aconteceu em razão do cacau. Tal crise só foi superada após o advento do Distrito Industrial.
2.7. Antigos nomes dos logradouros jequieenses.
Nome Antigo. Nome Atual.
Beco do Cochicho........................Rua Damião Vieira.
Beco de Lindaura Perninha...............Rua Joana Angélica.
Caixa de Fósforo........................Rua Ariston Barbosa (bairro Joaquim Romão).
Ladeira da Balança......................Rua José Moreira Sobrinho.
Ladeira do Maracujá.....................Rua Manuel Vitorino (parte ladeirada).
Ladeira do "Quebra-Bunda"...............Rua Mota Coelho (parte ladeirada).
Ladeira do Vinte e Sete.................Viaduto Daniel Andrade.
Manga do Costa..........................Centro de Abastecimento Vicente Grillo.
Praça Castro Alves......................Espaço entre as Ruas Virgílio Tourinho e Trecchina.
Praça São João..........................Praça Coronel João Carlos Borges
Rua 1º de Janeiro.......................Avenida Alves Pereira.
Rua da Areia............................Rua Félix Gaspar.
Rua da Esperança........................Rua Mota Coelho.
Rua da Gameleira........................Avenida Lomanto Júnior.
Rua das Pedrinhas.......................Rua 15 de Novembro.
Rua Maracás.............................Rua Bertino Passos.
Rua Pirajá..............................Rua Laudelino Barreto.